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TEXTOS DE EXPOSIÇÕES

 

Mulheres em Foco

 

 

         A luta das mulheres para serem reconhecidas como seres humanos vem há século. É só regressar aos primórdios da Humanidade. Esse combate foi longo e penoso.

    Questões de gênero estão em foco em quase todos os países do mundo, tentando resgatar o que por muito tempo a história omitiu: o papel da mulher na sociedade e principalmente nas artes. Até o século XIX, as artes visuais eram quase exclusividade de homens. As obras das pintoras e das escultoras eram relegadas a segundo plano. O desafio contemporâneo é introduzir as mulheres na memória histórica, e caberá a ela o desafio de oferecer a sociedade bons registros em todos os campos dos saberes e sua força criadora.

     Na sociedade contemporânea a mulher deve assumir a postura de um ser humano atuante e exercer sua atividade de acordo com sua capacidade intelectual e com sua situação social, a fim de que não existam diferenças entre homens e mulheres. Qualquer atividade escolhida deve ser exercida com competência e com compromisso com as gerações vindouras. 

A luta continua...

         A exposição coletiva “Mulheres em Foco” promovida pela ASSOCIART/PB só vem reafirmar o compromisso com as artes paraibanas e as questões de gênero.

 

 

 

                        Irismar Fernandes de Andrade-Médica, artísta plástica e pesquisadora em História da Arte. O8/3/2013

(in memorian)

2016

Cristina Strapação

Cristina Strapação

 

 

     Texto elaborado por ocasião da apresentação da exposição   O  Mar em Pessoa  de  Cristina Strapação  em 28 julho de 2011 

 

 

 

 Cristina Strapação natural de Curitiba, está radicada há poucos anos, em João Pessoa. O seu trabalho é construído de dentro para fora e tem por base a sua primeira profissão: Assistente Social. Todo o seu conhecimento humanístico, ela transpõe para a tela; quando pinta os deserdados da sociedade; os protestos contra o descaso das riquezas culturais e naturais de João Pessoa, onde mora; quando valoriza a educação como meio principal de inclusão social; quando, em trompe-l’oeil, pinta lápis, borrachas, livros; quando pinta a pobreza, a barreira do Cabo Branco, o descaso com as igrejas barrocas do Centro Histórico. A artista também registra as belezas de nossa cidade, principalmente quando mergulha seu olhar nas águas do Atlântico que banha nosso litoral.

O seu trabalho tem por base, de certa maneira, um retorno à ordem, tanto no desenho, na cor, como no contexto social.

Nesse período cognominado de Pós-Modernidade, onde tudo é possível, onde qualquer pessoa vira artista plástico do dia para a noite, a artista trafega na contramão da mesmice, no que é da moda, persistindo no compromisso com o seu tempo, participando com sua opinião e retorna ao centro do saber em arte, reafirmando que arte não pode ser autossuficiente, mas tem, de alguma maneira, de ser um registro singular do artista e de sua época.

       Em suas telas aparecem as suas borboletas como símbolo de liberdade e transformação. Introduz,

suavemente, os seus sonhos em seu trabalho, deleitando os olhos de quem a vê, pelo domínio da técnica, do tema e da beleza,  muitas vezes recorrendo  ao recurso  chamado de quadro dentro do quadro,  técnica  desenvolvida por  Filippo Lippi (1406-1469).

Musicalmente, os seus trabalhos são embalados na linha da bossa nova, com ritmo, melodia e boas letras.

Por fim, faz uma reconciliação vital entre o artista com tudo o que o rodeia, tendo como base a reconstrução de valores afirmativos da natureza humana. 

  Cristina Strapação confirma o que diz Sir Herbert Read, professor de Belas Artes na Universidade de Edimburgo e Doutor honoris-causa da Universidade de Leeds, tendo lecionado também nas Universidades de Harvard, Liverpool: “A função da arte consiste em exprimir sentimentos e transmitir compreensão,” características encontradas nos trabalhos da pintora Cristina. Strapação.

 

 

Irismar Fernandes de Andrade

JOSÉ OTÁVIO

 

                                                                                      

    Texto elaborado por ocasião da apresentação da exposição Anthrpomorphos no Centro Cultural São Francisco, para a primeira exposição individual do artista em 06-9-2010.

 

 

 

 

             A Arte é uma mensagem, um meio de comunicação e de expressão, uma forma de relação entre os seres humanos. Esse meio de comunicação desde o Período Pré-Histórico é: a pintura, o desenho, a gravura, a escultura sobre os mais variados suportes como pedra, ossos, marfim, barro cosido, papel, tela, e (contemporaneamente) o corpo humano, o computador, e a arte como conceito de arte.

     A partir da premissa que a escultura surgiu com o homem pré-histórico com o ato de criar artefato desde um objeto utilitário até estatuetas esteatopigianas que são figuras femininas com formas deformadas e exageradas denominadas de Vênus pela Arqueologia. Essa criação estética consolidou no inconsciente coletivo dos seres humanos o interesse de realizar a arte escultórica durante toda história da humanidade.

    Na Civilização Grega as esculturas eram na maior parte figuras masculinas. O artista conhecia profundamente a anatomia humana, criou cânon de proporção baseada na relação harmoniosa entre as partes constituindo uma forma física ideal.

      Essas esculturas passaram durante séculos fundamentando a base teórica que influenciou a arte ocidental, entretanto os amantes da arte grega tiveram uma grande surpresa em agosto de 1972. Nesse dia, foram achadas no mar, perto da aldeia Riace, na Itália, duas estátuas de bronze de tamanho natural. Impressionante! O artista produziu essas esculturas com proporções exageradas e utilizando outros materiais nos olhos, na boca e nos dentes. Essas obras de arte contestam os dogmas pré-estabelecidos há séculos.

         José Otávio segue a trilha da ancestralidade com um mergulho na contemporaneidade. Seu trabalho é realizado com aglomerados de cerâmica (barro cozido) e ferro que tomam formas, criam volumes e definem espaços. Nessa primeira exposição individual, o que chama a atenção é a organização dos elementos, a leveza, o equilíbrio e o movimento de suas esculturas antropomorfas.  

        José Otávio Porpino é uma grata revelação na arte escultórica da Paraíba.

 

 

Irismar Fernandes de Andrade (Médica)

 

 

MULHERES NA ARTE

 

     Texto elaborado por ocasião da apresentação da exposição Coletiva “Mulheres na Arte” na Galeria Gamela em 24 de março de 2011.

 

    “Toda mulher tem mais firmeza do que cabe à sua posição;ela tira proveito  da cultura, mais do que o homem.”(Jean Paul Richter, 1763-1825, escritor alemão).                                             

 

 

 

Desde o Período Pré-Histórico, foram definidos os papéis dos homens e os das mulheres: o homem era o provedor de alimentos e segurança e a mulher, a procriadora de filhos, amamentando-os, cuidando dos animais e participando do cultivo do campo. Ao longo da história, ao homem foram associados a força e o poder; à mulher, a fragilidade e a submissão ao homem.

         Com o advento do Cristianismo, é na pessoa de JESUS CRISTO que a mulher começou a ser valorizada. De certa forma, esse novo olhar sobre a mulher transcendeu e tomouum certo impulso na Revolução Francesa,com Liberdade, Igualdade e Fraternidade. A sociedade patriarcal permaneceu por longo tempo, entretanto, com a revolução industrial, as mulheres começaram a participar do mercado de trabalho, como conseqüência da maior liberdade e de sua maior participação na sociedade, em defesa de seus interesses.

        Em todos os campos, as mulheres sofreram imensas restrições, e não podia ser diferente no campo das artes.

       Em João Pessoa, essas restrições vêm sendo quebradas pela Galeria Gamela, paradigma das artes paraibanas há 31 anos.

       A Exposição “Mulheres na Arte”que ora apresentam só vem reafirmar o compromisso de Rosely e Altemir com as artes paraibanas.

 

 

                                                                                Irismar Fernandes Andrade

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